sábado, abril 26, 2014

25 de Abril: «Onde estavas?»

[74 - Ano da «Grande Alegria» e da «Grande Tristeza»; da segunda, quase nunca   D. falou...;
Pensar, praticamente, todos os Dias...]

[D. tinha 18; era o Ano de «dar o Nome para a Tropa»; a Inspecção, «aos vinte»; começara a «complicar» o Futuro - com Média para qualquer C. de Ciências, decidira «parar para pensar»
 - oficialmente, dizia que não queria «sobrecarregar as Finanças da FAM»; por isso, ajudava na T.; na verdade, estava «minado» pela Dúvida, pela Indecisão... (outros Contos...)]

[à noite, com a Mana A., ia ao EXTERN. L. C., no Chiado, fazer outras DISC; aí frquentaram a Oficina de Y. M. H. - actor norueguês, consagrado intérprete de  Shakespeare (que dava aulas de Inglês, que viera com M. A., funcionária de Embaixada, com uma belíssima casa na subida para as «J. V.», virada ao Tejo); aí conhecera a Cam. («MRPP», uma das baleadas na A. M. C., a 26) e M. A. D. O. (que S. reencontrará num destes dias, após mais de...) (outros Contos....)]
 
- incrível como, estando o 226 de S. Paulo tão perto do Epicentro, só aí chegavam notícias confusas...; talvez porque, pensa agora S., trazidas pelos TRAB da M. Sul, que tinham passado ainda antes de...; pelas 10 e 30 veio J. T. (mais tarde, «MES», irmão do J. E. T. C. P.),  falando em  «Golpe de Direita»; mas D. foi várias vezes a casa, ouvir a Rádio, e a Coisa «definiu-se»;
- ainda foram servidos almoços; Pai Velho fechou a porta, mas, até quase ao final  da tarde - cinzenta, «morinhenta» -, iam entrando, para comer, beber, comentar...;
- relembra um grupo de turistas italianos, cerca de doze, que ali estiveram abrigados -, «muito juntinhos», durante cerca de duas horas - com  um ar entre o  curioso e o aturdido [inventa S. agora]
 
- depois, fui tudo para casa, logo ali ao lado, no 232, ouvir a Rádio e a Televisão, começar a dominar o ESPANTO... [no caso de D., encher-se de ALÍVIO, «cá uma destas sensações...»] [e «tudo de um dia para o outro»]

Aleluia

sábado, abril 12, 2014

A poesia do mundo - Tolentino de Mendonça

[primeira manhã de P. na Zmab; ainda pouco «lavado», i. é, atento ao Rugido]

[na manhã de leituras, surge a entrevista de José Tolentino Mendonça à nova revista Estante - a ler, na totalidade,         AQUI]

REcorte, da p. 23 [sublinhados acrescentados]:
[…]

Esse “viver no aberto” está relacionado com a imensidão do espaço que preencheu a sua infância em Angola [onde viveu entre os 12 meses e os oito anos]?

O professor João dos Santos diz que a infância é o grande segredo do homem e a Flannery O’Connor diz que quem sobrevive à sua infância sobrevive a tudo. (risos)

A sua infância e os lugares por onde passou definiram a sua vocação?

Criaram condições. De Angola, tenho memórias do espaço, um espaço a perder de vista, de todos os caminhos serem caminhos longos, de haver um silêncio da própria paisagem. Como se a paisagem nos pedisse um tempo mais vagaroso, mais paciente, mais demorado para a contemplação. E guardo dentro de mim a memória dessa imensidão. Lembro-me de, às vezes, ir de barco com o meu pai que era pescador. Tinha cinco, seis, sete anos, e lembro-me de olhar para o fundo do mar ou para a costa, e de estar completamente extasiado com a poesia do mundo. Essa contemplação espontânea acabou por me dar uma capacidade de perceber o grande que habita o mínimo, que habita o escasso. E nesse sentido, marcou-me muito.
[...]