sábado, dezembro 09, 2017

O dia dos prodígios (Lídia Jorge)

Alentejo, Agosto de 80. Seca. Ninito, temporariamente sem emprego, lê O dia dos prodígios. Mesmo na sombra da Arramada da burra, começam as alucinações, vê monstros, ouve rastejar…
Água, nem que seja uma gota. 
Na véspera do  regresso à cidade, noite estrelada. Cai uma gota no nariz do Ninito.  Estrelada, rodopia, rodopia, e desaparece na poça do firmamento. Ondula e brilha, pelo espaço sideral.
Viram a gota de água? 
Está doido, responderam, em coro, as patroas.

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